O terceiro dos seis shows do Testament no Brasil em 2025 aconteceu nesta última terça-feira, 19/08, no Mister Rock, em Belo Horizonte, com produção da Liberation Music Company.
Uma das pioneiras e definidoras do Thrash Metal, os americanos retornam ao Brasil pouco mais de dois anos depois de participarem do antigo Summer Breeze Brazil (hoje Bangers Open Air), quando também fizeram dois sideshows em Brasília e em Belo Horizonte, em 2023. Apesar da passagem recente, é a primeira vez como headliner desde 2017, na divulgação do álbum Brotherhood of the Snake.

A abertura ficou por conta dos cariocas da Reckoning Hour, que, mesmo com o desafio do horário e uma casa ainda com público modesto, se apresentaram muito bem para os belo-horizontinos e aqueceram os presentes com seu Metalcore cheio de peso e técnica. Destaque para o single Clarity, lançado em 15/08, mas apresentado ao vivo pela primeira vez nesse dia especial de abertura para uma das maiores bandas da história do Metal. O quarteto ainda toca em 23/08, também na abertura para o Testament, no Circo Voador, jogando em casa no RJ.
Às 21h em ponto, sobem ao palco Chuck Billy e sua excelente banda com Practice What You Preach, do álbum de mesmo nome de 1989, num estrondo auditivo que de cara já gerou o primeiro mosh. Já na segunda música, Sins of Omission, também do mesmo álbum, Chuck se mostrava incomodado com a iluminação, dando sinais para os técnicos cortarem as luzes frontais do palco. Amigos que estavam no pit comentaram que a banda demonstrou certo incômodo com o excesso de celulares filmando, o que acabou antecipando a saída dos fotógrafos antes do tempo normalmente combinado.

Na clássica The Haunting, uma das três representantes do disco de estreia The Legacy, a plateia foi ao delírio. O mesmo ocorreu em Rise Up, que fez os presentes cantarem o refrão com toda a força e se jogarem no mosh gigante concentrado no centro da pista.
A tarefa de substituir Dave Lombardo na bateria parece quase impossível, não é? Mas não pareceu para Chris Dovas, que parecia possuído a cada música, principalmente em D.N.R. (Do Not Resuscitate), originalmente gravada por Lombardo no álbum The Gathering.

Chegando em Native Blood, Billy dedica a música aos povos indígenas e a todos que sentem que suas vozes não são ouvidas. Apesar de ser de um disco mais recente, Dark Roots of Earth (2012), o público ensaiou um coro em seu riff antes do solo, mostrando serem fãs fiéis da banda.
O clima abaixa um pouco em Trail of Tears, uma linda balada de 1994 do álbum Low, que mostra a criatividade absurda em seus riffs e solos, além de uma bela harmonização vocal.
A galera dos moshs volta a quebrar tudo com a ótima Electric Crown. Seus riffs e refrão diretos ajudaram na interação de um público em êxtase, totalmente entregue ao quinteto.
Em seguida, Steve Di Giorgio arriscou um português mandando: “E aí BH, filha da puta, tudo bem? Vamos pro caralho?”. Logo depois, puxou um solo de baixo realmente “do caralho”, emendando com Souls of Black, que fez todos cantarem novamente.

Nesse momento do show, Chuck apresenta (como se precisasse) Alex Skolnick, guitarrista que, entre idas e vindas, foi membro fundador da banda Legacy, que mais tarde se tornaria a lenda do Thrash que conhecemos como Testament. Alex elogia bastante a cidade e a exalta por ser a origem do Sepultura, com quem já dividiram palco em sua primeira passagem pelo Brasil, em 1989. Após o discurso, anuncia a segunda balada da noite, que voltou ao repertório no ano passado após mais de 20 anos fora: Return To Serenity. A música deu uma pausa nos moshs e fez a galera cantar cada estrofe desse clássico absoluto. Além disso, teve um solo espetacular, de deixar qualquer guitarrista com inveja de Skolnick.

O palco então se esvazia para um solo de bateria animal de Chris Dovas, que agitou todo mundo e chamou o público para acompanhar com palmas a cada batida no bumbo. Com cerca de 4 minutos de duração, o solo abriu espaço para uma dobradinha do álbum de estreia, com First Strike Is Deadly e Over the Wall.
Enquanto anunciava Over the Wall, Eric puxou a intro, fazendo o mosh se tornar um enorme furacão uma verdadeira aula de Thrash para qualquer fã de metal.

Já chegando ao fim, More Than Meets The Eye contou com um belo coro do público em seus riffs marcantes e inesquecíveis.
O encerramento não podia ser diferente: Into the Pit, uma das músicas mais emblemáticas do Thrash dos anos 80, que representa a sonoridade marcante do Testament, cravada na história como uma das maiores do gênero.
Testament é:
Chuck Billy — vocais
Eric Peterson — guitarra
Alex Skolnick — guitarra
Steve Di Giorgio — baixo
Chris Dovas — bateria
Merch oficial:

3 modelos de camisetas — R$ 180,00
Camiseta manga longa — R$ 200,00
Copo — R$ 30,00
4 modelos de palhetas — R$ 50,00 cada



Setlist Testament:
- Practice What You Preach
- Sins of Omission
- Perilous Nation
- The Pale King
- The Haunting
- Rise Up
- D.N.R. (Do Not Resuscitate)
- Low
- Native Blood
- Trail of Tears
- Electric Crown
- Souls of Black
- Return to Serenity
- First Strike Is Deadly
- Over the Wall
- More Than Meets the Eye
- Into the Pit