Dez anos depois, os norte-americanos pousaram no Brasil para a turnê do álbum Revolution, seu 12º na carreira e primeiro independente. Com produção da Numb Brasil, a tour chegou com três apresentações em solo brasileiro em outubro: no dia 24 em São Paulo (Audio), 25 em Belo Horizonte (Mister Rock) e 26 em Curitiba (Tork N’ Roll).

A apresentação foi exclusiva, sem banda de abertura e, às 20h, sobem ao palco com “Surviving the Game”, do álbum anterior Dominion (2022). Que energia da plateia logo nos primeiros riffs! A casa pulsava com lotação máxima. John Cooper mostrou de cara todo o vigor com saltos e um vocal invejável.
Já na segunda, trazem “Invincible”. John pega seu baixo e gira sobre o corpo , marca registrada, e é recebido com um caloroso coral de palmas e gritos, principalmente no refrão.
Na introdução de “Rise”, Jen, a baterista, mostra seu talento no instrumento, além de seu vocal completar a música magicamente. Na quarta, soltando fumaça pelos braços, Cooper entra acompanhado do violoncelista e puxa “Awake and Alive“, mais um dueto espetacular com Jen, que faz o Mister Rock pulsar ainda mais. No refrão, eu já não tinha mais voz para acompanhar, mas a plateia estava em êxtase.
No intervalo da próxima música, ainda teve “Livin’ On a Prayer” a capela, mantendo os presentes em suas mãos, para abrir “Sick of It“, de novo sem o baixo, para animar todos com seus saltos e balançadas de cabeça. A interação do público é contagiante e fiel em todas as músicas, cantando e erguendo as mãos a cada pedido da banda. Que sinergia!


“Legendary”, com uma roupagem bem eletrônica, traz mais um dueto de voz no refrão, gritado por um público superatento e entregue a cada canção, que chega como se todas fossem clássicos absolutos (mas quem disse que não são?).
Antes do início de “Never Surrender“, os celulares com as lanternas acesas sobem, acompanhando um lindo discurso de John. A primeira mais lenta da noite vem para emocionar a todos, com uma letra muito profunda sobre superar momentos difíceis com a ajuda de alguém e a esperança de um futuro melhor. Em seguida, emendam com “Whispers in the Dark“, elevando o clima ao máximo nessa porrada clássica, que inclusive conta com um solo animal de Seth Morrison.
Com um discurso de introdução sobre Jesus ser o seu herói, não poderia ser outra: “Hero” faz tudo tremer, com Jen largando a bateria e vindo à frente do palco para mostrar todo o seu talento na voz, nessa que é uma das mais pesadas e cantadas da noite. Incrível!
Sem deixar cair, em “Not Gonna Die” mal se conseguia ouvir a voz do vocalista, pela altura do coral vindo da plateia, que ainda teve um solo inspirado de Seth. O nível não caiu em nenhum instante, os vocalistas parecem estar em estúdio gravando, tamanha regularidade e afinação.
Falando em solo, “Unpopular”, do trabalho atual Revolution (2024), vem como um murro, finalizando com Seth sozinho no palco com sua guitarra, sendo aclamado pelos presentes. Sem respiro, emendam “Psycho in My Head”, que é recebida por pulos e gritos de um público com gás de sobra para os maiores hits.

Nesse momento do show, nas primeiras notas do violoncelo, eu já sabia que viria a minha música preferida e me vi pendurado na escada de acesso ao camarote, me entregando à emoção de “Comatose”, do álbum homônimo de 2006, uma oração propriamente dita. Essa tem uma letra tão linda, um sentimento de dependência emocional ou espiritual tão intenso que o eu lírico se sente incapaz de viver sem a presença de Deus.
Já em “Monster”, de Awake (2009), a temática é mais sombria, sobre a luta interna entre o bem e o mal dentro de uma pessoa, um grito por ajuda e uma confissão de vulnerabilidade. Com todo o seu peso, veio como ponto alto da noite, deixando todos os presentes quase sem voz de tanto cantar esse clássico absoluto.



Aos gritos de “Olê, olê, olê, olê, Skillet, Skillet!”, o quarteto retorna para a saideira “The Resistance“, coroando essa noite de sábado da melhor forma possível e mostrando como uma banda cristã consegue ser tão querida e aclamada também fora do ambiente “gospel”.
John ainda finaliza o show dando um beijo em sua esposa, Korey Cooper, guitarrista da banda, sendo ovacionados pela casa cheia e sedenta por uma próxima, que não demore mais dez anos para acontecer novamente.
O merchandising contava com quatro modelos de camisetas no valor de R$ 150,00, um copo que custava R$ 30,00 e um moletom por R$ 350,00.



Skillet é:
John Cooper – Baixo e Vocal
Jen Ledger – Bateria e Vocal
Seth Morrison – Guitarra
Korey Cooper – Guitarra

Setlist Skillet Belo Horizonte:
- Surviving the Game.
- Feel Invincible
- Rise
- Awake and Alive
- Livin’ On a Prayer (a capela)
- Sick of It
- Legendary
- Ash in the Wind
- Never Surrender
- Whispers in the Dark
- Lions
- Those Nights
- Hero
- Not Gonna Die
- Unpopular
- Psycho in My Head
- Comatose
- Monster
- The Resistance