A noite de domingo, 26 de outubro, marcou a abertura da turnê “Loom” no Brasil e Belo Horizonte foi o ponto de partida perfeito. O público que lotou o estádio viveu uma experiência que foi além da música: um encontro de emoção, entrega e humanidade.

A banda mineira Lagum abriu a noite com poucos minutos de atraso e energia de sobra ao som de “Bem Melhor” (2018). A performance de Pedro Calais destacou-se pela voz potente e afinada, conduzindo um set envolvente que passeou por sucessos e canções marcantes como “Telefone” (2017).
A sintonia entre os integrantes era evidente: músicos entrosados e um público receptivo que respondeu a cada verso. O encerramento com “Ninguém Me Ensinou” foi carregado de emoção e celebração da vida, uma homenagem ao amigo e ex-integrante Tio Wilson, falecido em 2020.
Lagum entregou uma abertura enérgica, impecável e de alma mineira, provando que ainda fará bonito nas próximas paradas da turnê, que segue por Brasília e São Paulo.
Lagum é:
Pedro Calais
Otavio Cardoso
Jorge Borges
Francisco Jardim
Antes mesmo do Imagine Dragons subir ao palco, o cenário já impressionava. Telões de LED monumentais, projeções cinematográficas e uma estética que traduzia o conceito de “Loom”: entre o lúdico e o introspectivo. O palco, dividido em dois níveis, aproximava ainda mais a banda do público algo raro em produções desse porte.
Pontualmente às 21h, o grupo surgiu ao som de “Fire in These Hills”, e o estádio veio abaixo. Dan Reynolds mostrou desde o primeiro minuto o motivo de ser um dos frontmen mais carismáticos da atualidade: energia, emoção e uma entrega física impressionante. Ao fim da música, a bandeira do Brasil ergueu-se sob uma chuva de papel colorido, arrancando gritos ensurdecedores.

Em “Thunder”, o grupo exibiu sincronia impecável. Já em “Take Me to the Beach” transformou o Mineirão em um mar de cores e euforia, com bolas de praia voando sobre a multidão. Na sequência, “Shots” manteve o público em transe com uma presença de palco irresistível.
Em “Whatever It Takes”, a bateria ganhou destaque, e o público vibrou com a pulsação quase tribal do som.
Entre uma música e outra, Dan provava que o Imagine Dragons vai muito além do espetáculo visual. Em “Next to Me”, a banda se reuniu na ponta da passarela para uma versão acústica, deixando o estádio completamente iluminado um dos momentos mais intimistas da noite.
Em “I Bet My Life”, o público foi à loucura com a energia contagiante de Dan, que correu entre os palcos, desceu até a plateia e transformou o momento em um abraço coletivo. O guitarrista Wayne Sermon, um verdadeiro multi-instrumentista, alternava entre teclado e violão com maestria.

Logo depois, em “Bad Liar”, o estádio inteiro cantou em coro. Dan tem o dom de transformar cada faixa em um novo hit. Na sequência, “On Top of the World“, presente no EP Continued Silence (2012) e no álbum Night Visions trouxe uma onda de nostalgia. A faixa é lembrada com carinho pelos fãs de PES 2013, jogo lançado em setembro de 2012, em que foi trilha sonora.
“Wake Up” reacendeu ainda mais o ânimo antes do hino absoluto: “Radioactive”. O Mineirão explodiu. Dan assumiu a bateria e dividiu o instrumento com Andrew Tolman em uma performance explosiva um dos pontos altos da noite.
Logo após, o vocalista foi ao piano para “Demons”, criando um dos momentos mais emocionantes do show. O estádio inteiro cantou em uníssono, e, ao final, Dan vestiu a camisa do Brasil, levando o público à loucura. Ainda com o manto verde e amarelo, ele se dirigiu ao público de forma sincera e emotiva, relembrando passagens da infância ligadas ao país e reforçando o carinho que sente pelo Brasil.

Em um discurso sensível, falou sobre a importância da saúde mental, tema recorrente em sua trajetória pessoal e artística. A fala reforçou a dimensão humana por trás do espetáculo e estreitou ainda mais a conexão com os fãs.
Em “Natural”, Dan exibiu toda sua potência vocal, percorrendo cada centímetro do gigantesco palco em perfeita sintonia com o público. Ao final, tirou a blusa do Brasil e a jogou para os fãs. Na sequência, “Walking the Wire” trouxe guitarras atmosféricas e uma bateria marcante.
A letra fala sobre seguir em frente mesmo diante dos riscos, confiando na força da conexão entre duas pessoas, um convite a se jogar na vida, mesmo quando o chão parece instável. Em um gesto simbólico, Dan colocou a bandeira LGBTQIAPN+ sobre os ombros, entregue por um fã, outro grande momento da noite.


O show seguiu com “Sharks”, em que o baixista Ben McKee brilhou em um solo poderoso, e “Enemy”, que incendiou o palco com labaredas e uma energia insana.Em “Birds”, a sintonia entre banda e público atingiu um nível quase espiritual, e “Believer” encerrou a noite como um grito de celebração.
A estreia brasileira da Loom World Tour em Belo Horizonte não foi apenas um show: foi uma catarse coletiva. Dan Reynolds, com sua vulnerabilidade e força, reafirmou que o Imagine Dragons é mais do que uma banda pop, é uma força emocional capaz de conectar multidões por meio da empatia, da energia e da verdade.
Imagine Dragons é:
Dan Reynolds
Wayne Sermon
Ben McKee
Andrew Tolman

Setlist do Imagine Dragons em Belo Horizonte
- Fire in These Hills
- Thunder
- Bones
- Take Me to the Beach
- Shots – Broiler Remix
- Whatever It Takes
- Next To Me (acústico)
- I Bet My Life (acústico)
- Bad Liar
- On Top of the World
- Wake Up
- Radioactive
- Demons
- Natural
- Walking The Wire
- Sharks
- Enemy
- Birds
- Believer